sexta-feira, 6 de julho de 2012

Não sou uma católica fervorosa, tampouco uma descrente absoluta.

Também não me encaixaria num coral de carolas e sequer vou à missa com frequência. 

Além disso, não acredito em inferno, diabo, reencarnação, poções milagrosas, macumbas e simpatias.

E apesar de um tanto quanto avessa a imagens de santos, ontem, tentando organizar o caos que é a minha bolsa, para minha total surpresa 're-encontrei' um santinho ali.

Isso mesmo..., um santinho! Daqueles que as pessoas mandam imprimir uma tiragem de 5.000 cópias em agradecimento (e para não ficar na pendura com o santo) e depois distribuem por aí.

Pois é, o Padre Pio estava ali, dobrado, escondidinho e esquecido no bolso lateral da minha bolsa. Lembro-me bem de quando e como ele foi parar ali.

Da mesma forma, não me esqueço das muitas vezes em que peguei aquele pedacinho de papel nas mãos e depositei, naquelas orações ali impressas, toda a minha fé. 

Durante muito tempo conversei, me confessei, confidenciei, procurei abrigo e fiz pedidos a Padre Pio. Nunca pedi por milagres, apenas o humanamente possível. Em inúmeras situações fui atendida.  

Agora, tempos depois, nos reencontramos; ele, todo amassadinho e gasto e, eu, acometida por uma sensação gigantesca de ingratidão.  

- Não, Padre Pio, eu não deixei de acreditar no Senhor e sempre lhe serei grata pelas vezes em que acalmaste o meu coração e atendeste às minhas súplicas. Apenas me resignei diante de tantas circunstâncias(!). 

Não dá para apelar sempre para o divino, isto já estou careca de saber.

É preciso que as coisas aconteçam como têm que acontecer, que as pessoas tomem as decisões que tenham que tomar, que as escolhas sejam feitas espontaneamente de acordo com as convicções de cada um e que o destino trace o caminho certo a ser percorrido. 

Dito isto, dei um beijinho na imagem e tornei a guardá-la na minha bolsa. Quero que fique ali comigo, sem pedidos, apenas como companhia.

2 comentários:

Marcio JR disse...

Oi, Nequinha.

Para comentar esta crônica, quero utilizar um trecho de seu próprio texto, que achei fantástico. É o seguinte:

"É preciso que as coisas aconteçam como têm que acontecer, que as pessoas tomem as decisões que tenham que tomar, que as escolhas sejam feitas espontaneamente de acordo com as convicções de cada um e que o destino trace o caminho certo a ser percorrido.

Dito isto, dei um beijinho na imagem e tornei a guardá-la na minha bolsa. Quero que fique ali comigo, sem pedidos, apenas como companhia."

Simplesmente a melhor definição sobre "ter e exercer a fé" que já pousei os olhos. Ter fé é acreditar em algo, e não querer que esse algo modifique outro algo. Devemos fazer as coisas por nosso próprio esforço e seguindo nossas convicções. Se a cada percalço pedirmos intervenção dessa ou daquela divindade, não seremos nós a superar um problema, e muito menos seria justa para com nossos pares.

Perfeito, e se me permite, passarei a utilizar a definição que citei acima sempre que necessário. Você deu um show. Gostaria até de compartilhar no Face ou no G-Mail, mas farei isso outra hora e em texto separado, citando a autora apenas. Não sei se é de tua vontade a divulgação do blog, então, esperarei para conversarmos sobre isso... rsrs.

Mocinha. To com meu note quebrado. O peste se rebelou. Acho que ficarei um pouco afastado.

Bjs, mocinha. E uma linda semana pra ti, gauchinha.

Marcio

8 de julho de 2012 às 13:37
Neca disse...

Autorização concedida!!! E não precisava nem pedir...rssss

Quanto a divulgar o blog, por mim tudo bem. Se alguém mais curtir, será muito bem vindo por aqui.

Beijocassssss, Marcito!!!! Boa semana procê tb!!!

9 de julho de 2012 às 09:12

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