segunda-feira, 9 de julho de 2012
Há um tipo de verdade que de tempos em tempos chega sem avisar e costuma bagunçar o meu dia.
Esta verdade, minha velha conhecida, nunca traz nada de novo. Pelo contrário! Inconveniente como só ela consegue ser, me faz lembrar das coisas que eu quero esquecer, me provoca palpitações, me causa vontades imprecisas e, sobretudo, me faz sentir saudade... muita saudade.
E é aí que a coisa degringola de vez...
Meus pensamentos assumem o controle e eu penso em tudo e em nada ao mesmo tempo - o que, para causar ainda mais confusão, acaba se tornando exatamente a mesma coisa.
Assim, tudo o que já não faz mais qualquer sentido acaba novamente se enfileirando diante do imaginário de quem nunca compreendeu nada e por isso acabou sofrendo por tudo. Eu.
E a coisa toda vai evoluindo de maneira tal que quando eu vejo,..., já era.
Num piscar de olhos alcançou proporções inimagináveis.
Num primeiro momento, os pequenos detalhes do cotidiano tornam-se insustentáveis, as tensões do dia-a-dia transformam-se em sacrifícios, o encontro de amanhã é supérfluo e a decisão de agora é a única coisa realmente urgente.
Logo depois, passo a concluir que o ontem deixou de existir e tudo aquilo que foi construído para que eu conseguisse chegar até aqui virou poeira.
Aí o tempo passa ...
Dez, vinte, trinta minutos...
Uma, duas, três horas...
... e como num passe de mágica todas as coisas voltam a ser exatamente o que parecem ser e não há harmonia que se sustente intacta.
É quando busco consolo.
Talvez em presenças próximas? Bem provável. Muito embora a impressão que eu tenha é a de que estejam todos muito aquém das minhas necessidades prementes desse agora que pra mim é absoluto e incompreensível, indivisível e incomunicável.
...
Costumo imaginar que esta verdade adquiriu um estranho hábito de se afugentar em algum lugar inacessível - como quem aguarda em silêncio, à espera de uma nova oportunidade para se manifestar novamente.
Enquanto ela fica quietinha, vivo meus dias fazendo de conta que ela não existe.
Tudo passa. Menos esta verdade antiga que sempre volta.
4 comentários:
Oi, Neca.
10 de julho de 2012 às 13:52E essas verdades são sorrateiras, não é? Elas se aproveitam de brechas, frestas que sequer imaginamos que podem existir. Quando nos damos conta, elas já nos tomaram e vão invadindo até o último recanto onde guardamos míseras forças para combatê-las.
Negligenciar essas verdades? Não acredito que isso ajude. Enfrentar? Talvez seja o mais correto, mas nem sempre temos armas suficientes para combatê-las. Fugir? Não adianta, pois elas correm atrás. Se entregar? Algumas vezes não temos escolha, e acaba acontecendo.
Minha querida amiga. Penso que essas são, justamente "as horas da verdade". Agora, é ver se toda aquela preparação, toda aquela renúncia, todo aquele esforço valeu a pena. Acredito em você.
Beijos, minha querida amiga.
Marcio
Eu tb acredito, Marcinho. E não volto atrás na minha decisão. bjitos
12 de julho de 2012 às 09:55Oi, Neca.
16 de julho de 2012 às 16:17Tem momentos em que a gente precisa repaginar, reorganizar, reformar, re-amar.
Acho que nem preciso te dizer tudo isso, não é? Aprendemos juntos, mocinha. Eu te escutei, você me ouviu, a gente se escorou um pouco um no outro, e aprendemos um pouco mais da vida.
Que bom ter você na minha nova casa. Adorei. Viria te chamar mais tarde, mas você foi antes, como sempre há de ser. Minha casa tá sempre aberta pra você, gauchinha.
Bjs, mocinha.
Marcio
Meu amigo,
17 de julho de 2012 às 16:51De fato, aprendemos muito um com o outro e sou muuuuuito grata a você. De verdade!
Desejo a ti, tudo de bom na casa nova e que, com esse novo despertar (que tal assim?), você reencontre absolutamente tudo que ainda faz lacuna no seu coração.
Beijocas, guri!
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